Depois de quase década e meia em crise, o segmento da construção nacional verifica uma tendência positiva desde 2017. Esta manteve-se no ano seguinte e no em 2019. Espera-se que 2020 mantenha a dinâmica favorável e contribua para robustecer também o mercado de andaimes.

Tendo com base os número facultados pelo Instituto Nacional de Estatística, Banco de Portugal, Comissão Europeia, a AICCOPN | AECOPS, elaboraram o estudo “Sustentabilidade para a Construção – Balanço de 2019 – Perspetivas para 2020”. Este demonstra uma estimativa de um valor global de produção do Setor da construção de 13,4 mil milhões de euros em 2019. Que plasma um crescimento de 6,0% face a 2018, o mais forte nas últimas duas décadas, à imagem do mercado de andaimes.

A dinâmica de crescimento no setor decorre de indicadores positivos transversais ao setor da construção, que se verificam nos diversos segmentos e subsegmentos.

No ano transato, a construção de habitações destacou-se, com reflexo no mercado dos andaimes

O segmento da habitação rondou os 3,8 mil milhões de euros, tendo crescido 12,0% em relação ao período homologo. A construção de novas casas apresentou os números mais positivos, com crescrimento de 14%. Já o restauro teve um crescimento mais desacelerou, apresentando um resultado de 9%. É um indicador que aponta para uma estabilização, depois de uma fase de crescimento considerável. Outro fator que atesta o período positivo, que se viveu em 2019, com repercussão em 2020, foi o licenciamento de 24 mil novos fogos, o segundo valor mais alto dos últimos 10 anos. Em setembro de 2019 já se havia verificado a conclusão de 10.141 novos fogos, representando um crescimento de 17,2% fase ao mesmo período do ano anterior.

No que toca a edifícios não residenciais, que também possui um impacto considerável no mercado de andaimes, verificou-se uma dinâmica positiva, refletida por um crescimento de 3,6%, correspondente a  3,4 mil milhões de euros. Estes números representam uma evolução positiva face a 2018. A componente privada foi a que registou o crescimento mais expressivo (+4,0%, face a +3,0% da componente pública) e o mais intenso dos últimos 12 anos, com um volume a ultrapassar os 2,1 mil milhões de euros, contra 1,3 mil milhões de euros da componente pública.

Já a engenharia civil terá aumentado face a 2018, cerca de 4%, com a sua produção a subir para os 6,2 mil milhões de euros, ou seja, 46% da produção total do Setor em 2019. O desempenho do mercado das obras públicas em 2019 obteve uma dinâmica favorável ao mercado de andaimes, evoluindo positivamente no que diz respeiro ao  montante, ao número de obras lançadas a concurso (3.996 novas empreitadas, no valor de 4,0 mil milhões de euros), e aos contratos de empreitadas de obras públicas celebrados (9.862 contratos, a rondarem os 2,4 mil milhões de euros).

É expectável que a construção continue a ter um impacto positivo no mercado dos andaimes, até 2022

Neste anos que começou, a tendência no setor da construção deverá manter-se, dando seguimento à dinâmica positiva que se inicou em 2017. Apesar disso, esperam-se resultados mais subtis, em consonância com o abrandamento que se prevê para economia nacional. O cenário traçado aponta para que a tendência positiva de crescimento se mantenha por mais dois anos, mas de forma menos acentuada e em desaceleração.

Se acontecer aquilo que se prevê, um crescimento de 5,5%, correspondente a 14,0 mil milhões de euros, com o segmento da construção de edifícios a crescer 5,9% para os 7,6 mil milhões de euros (+9,0% para a construção residencial, com a construção nova a evoluir +9,9% e os trabalhos de manutenção/reabilitação a crescerem 7,6%, e +2,4% para a construção não residencial) e o segmento da engenharia civil a aumentar 5,0%, para os 6,5 mil milhões de euros, poder-se-á esperar mais um par de anos favoráveis ao mercado de andaimes.

Em suma, e destacando que o novo anose antevê difícil em termos económicos, devido a constrangimentos da conjuntura internacional,  espera-se, ainda assim que a atividade do segmento da Construção se mantenha positiva. Segundo a AICCOPN | AECOPS verificam-se as condições necessárias para que o ciclo positivo iniciado em 2017 se mantenha. Isto, de forma mais ou menos direta, terá um impacto considerável no aluguer de andaimes e nas empresas dos setor.